Material Didático
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1ª Palestra: "AIDS, e agora?"
Governo amplia indicação do uso de antirretroviral
O Ministério da Saúde vai ampliar a recomendação do uso de antirretrovirais para pessoas com HIV no País. A prescrição do remédio começará a ser feita em estágios menos avançados da doença. Além disso, soropositivos com parceiros sem HIV poderão começar a tomar o remédio em qualquer estágio, independentemente da contagem de células de defesa no organismo (CD4).
A estratégia para casais sorodiscordantes - quando somente um dos parceiros é portador do vírus - já vinha sendo adotada informalmente por um número pequeno de médicos. Agora, ela é recomendada de forma expressa no documento, preparado na semana passada por especialistas.
Pelo novo protocolo, pacientes com HIV com exame de CD4 igual ou inferior a 500 passarão a ter indicação para uso de remédios. A mudança deverá ampliar em 35 mil o número de pessoas no País usando antirretrovirais. Hoje, são 217 mil em tratamento.
Desde 2008, o País vem antecipando a indicação do uso de antiaids. Naquela época, o remédio era indicado quando a contagem de células CD4 era igual ou inferior a 200. "A mudança foi tomada após estudos mostrarem a queda do risco de transmissão quando o paciente inicia precocemente o uso de antirretrovirais", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com ele, o Brasil será o terceiro país com distribuição gratuita de remédios a adotar essa estratégia. No momento, Argentina e Bolívia seguem protocolo semelhante.
Padilha não acredita que haverá abusos na indicação. "Os médicos saberão o momento certo de indicar. Antirretrovirais trazem efeitos colaterais." Ele enfatizou ainda que o uso do preservativo deve ser mantido.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
2ª Palestra: "Terapia Antirretroviral"
Para complementar o tema da aula não deixe de acessar o site https://aidsinfo.nih.gov/.
3ª Palestra: "Terapia Antirretroviral II e Transmissão Vertical"
Uso de antirretrovirais em gestantes
A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação.
O uso de medicamentos durante a gravidez é indicado para quem já está fazendo o tratamento e para a grávida que tem HIV, não apresenta sintomas e não está tomando remédios para aids. Nesse caso, o uso dos remédios antiaids pode ser suspenso ao final da gestação. Essa avaliação dependerá os exames de laboratório (CD4 a Carga Viral) e de seu estado clínico e deverá ser realizada, de preferência, nas primeiras duas semanas pós-parto, em um serviço especializado (SAE).
Diagnóstico durante o pré-natal
A testagem para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, parto e amamentação. A mãe que tem o vírus não deve amamentar o bebê, porque há risco de transmissão do vírus da mãe para o filho.
Gravidez depois do diagnóstico
Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com muito baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas explicadas acima.
4ª Palestra: "Infecções Oportunitas I"
Infecções oportunistas
As infecções oportunistas são doenças que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico, que cuida da defesa do organismo. Como os principais alvos do HIV , vírus causador da aids , são essas células de defesa, é importante estar sempre de olho na saúde. Para manter uma vida saudável e evitar que o organismo baixe ainda mais suas defesas, é necessário cuidar da alimentação , fazer exercícios físicos e estar bem emocionalmente. Com esses cuidados diários, será mais difícil que seu corpo fique vulnerável a resfriados, gripes ou problemas gastrointestinais, que podem evoluir para doenças mais graves.
Em pessoas com aids, o estágio mais avançado da doença, essas infecções muitas vezes são graves e podem ser fatais, pois o sistema imunológico do indivíduo pode estar danificado pelo HIV. Por isso, é bom prestar atenção às alterações do nosso corpo.
São infecções oportunistas, entre outras:
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Infecções recorrentes ocasionadas por fungos (na pele, boca e garganta);
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Diarreia crônica há mais de 30 dias, com perda de peso;
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Pneumonia;
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Tuberculose disseminada;
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Neurotoxoplasmose;
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Neurocriptococose;
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Citomegalovirose;
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Pneumocistose.
5ª Palestra: "Infecções Oportunitas II"
Pneumocistose
É uma doença infecciosa que afeta principalmente doentes com as defesas do organismo reduzidas, como doentes com AIDS e transplantados. É causada por um microorganismo chamado Pneumocystis carinii e transmitida através de gotículas de saliva de pacientes com a doença.
Começa abruptamente com febre, respiração acelerada e tosse discreta sem secreção. Dispnéia importante de início subagudo, perda de peso, sibilos e fadiga. Sem tratamento o estado do doente logo se deteriora e ocorre a morte. O médico suspeita do diagnóstico pela presença de febre e tosse seca em pacientes com SIDA. Sinais pulmonares na radiografia de tórax auxiliam o diagnóstico (infiltrado intersticial difuso e perihilar, lesões nodulares, pneumotórax, derrame pleural), que é confirmado pela identificação do parasita no escarro, em lavado brônquico ou biópsia (retirada de fragmento) do parênquima pulmonar. Gasometria arterial (hipoxemia), DHL aumentado auxiliam no diagnóstico.
6ª Palestra: "HIV e Co Infecções"
A modificação do perfil da epidemia, devido à queda na mortalidade e morbidade relacionadas à infebcção pelo HIV, vem determinando convívio por maior tempo com agravos co-existentes, como as co-infecções com hepatite B (HBV) e C (HCV), o que impede a maior redução da morbimortalidade.
Já no caso da tuberculose, esta persiste como uma importante causa de morte em países endêmicos como o Brasil, particularmente devido à maior transmissão do HIV para populações de baixa renda. A propagação da epidemia para a área rural, pequenos centros e regiões norte e nordeste, determinou sua concomitância com outras endemias, como por exemplo, leishmaniose e malária.
Por outro lado, a condição de conviver com deficiência imunológica durante um tempo maior compõe sua caracterização como doença crônico-degenerativa e permitiu a emergência (e reemergência) de agravos, como por exemplo, as neoplasias.
A investigação de co-morbidades em pacientes infectados pelo HIV impõe, em diversas situações, a realização de procedimentos invasivos. Independentemente da hipótese diagnóstica, sempre que forem feitas biópsias de tecido, devem ser realizados exame direto do fragmento, cultivo para bactérias, fungos e micobactérias, bem como exame histopatológico para estabelecer o diagnóstico etiológico e/ ou estádio da doença.
7ª Palestra: "Neoplasias associados ao HIV"
A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana associa-se a uma progressiva deterioração do sistema imune e ao desenvolvimento de neoplasias, estimando-se que mais de 40% dos indivíduos com Síndroma de Imunodeficiência Adquirida venham a desenvolver qualquer forma de neoplasia maligna no decurso da doença. Destas, o Linfoma Não-Hodgkin, o Sarcoma de Kaposi e o Carcinoma Invasivo do colo do útero têm uma elevada incidência nos indivíduos infectados e são doenças de definição de SIDA. Mas muitas outras neoplasias malignas, incluindo Linfoma de Hodgkin, Mieloma múltiplo, Melanoma, Carcinoma espinocelular da cabeça, pescoço e ânus, Carcinoma baso-celular e Seminomas, têm sido apontadas, na bibliografia médica, como tendo incidência aumentada na população hiv positiva. Crianças com infecção por VIH têm um risco de desenvolvimento de neoplasias idêntico ao dos adultos, com uma frequência aumentada de tumores do músculo liso.
A cancerigénese está aparentemente relacionada com a diminuição da vigilância antitumoral imunomediada e com a persistência de vírus latentes, nomeadamente dos vírus de Epstein-Barr, do herpes humano e do papiloma humano, cuja interacção molecular com o Hiv pode contribuir para alterações genéticas favoráveis à transformação neoplásica.
Com o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra o HIV e infecções oportunistas, permitindo longas sobrevidas com estadios avançados de imunodeficiência, prevê-se que a incidência das neoplasias associadas ao HIV aumente. Estudos recentes referem contudo que nos Estados Unidos, nos últimos anos da década de 90, se verificou uma diminuição da incidência do Sarcoma Kaposi e dos Linfomas Não-Hodgkin relacionada com o advento do HAART, sendo no entanto ainda necessário avaliar grandes bases de dados para clarificar o real impacto deste tratamento nos Linfomas.
8ª Palestra: "Doenças Psiquiátricas ligadas ao HIV"
Alterações psíquicas ocorrem frequentemente em doentes infectados pelo HIV mas a taxa de prevalência registada difere consideravelmente, dependendo do estadio da infecção e população em estudo. O facto é que existem múltiplos factores que possam ter um impacto na doença física mórbida: alterações psíquicas, por exemplo, abuso de substâncias, podem ser um factor de risco independente para a infecção pelo HIV. Além disso, existem os efeitos neuropatológicos, e é evidente que a infecção da microglia conduz a um dano neurológico devido à libertação de neurotoxinas. Também as infecções oportunistas e alguns dos fármacos antiretrovirais podem causar sintomas psíquicos.
Para além dos efeitos que podem ter no bem-estar dos doentes, as alterações psíquicas também podem conduzir a problemas na terapêutica antiretroviral: a aderência à medicação antiretroviral pode-se tornar incompleta. Por esta razão, um diagnóstico precoce e a terapêutica para as alterações psíquicas são de importância vital para os indivíduos infectados pelo HIV.